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"Sou um apaixonado pela música" | Entrevista para Venezuela Al Día

  • pabloalboranbrasil
  • 28 de fev. de 2014
  • 8 min de leitura

Pablo fala sobre seu primeiro show nos EUA em março e momentos marcantes da carreira

Por Katian Castro

Tradução de Renata Martuchelli

Imagem: Naty Batista

Lembro claramente aquele dia de primavera de 2010 em Barcelona, quando no caminho da faculdade comecei a ver um vídeo que circulava pelas redes sociais repetidamente: era um loiro muito bonito, capaz de deixar qualquer um boquiaberto com sua voz; com um violão sentado em um sofá branco de sua casa, cantando aquele tema que o levaria a ser Número 1 em vendas na Espanha, em Portugal e ainda, conquistar a América Latina em tempo recorde para qualquer artista espanhol que acabou de sair no cenário musical.

Busquei por este jovem artista, seu nome era Pablo, um malaguenho que desde muito pequeno – embora soe clichê – havia tido como principal paixão: a música, fala dela como se tratasse de uma linda mulher que o tivesse fisgado, é o compositor de todas suas canções e Miami poderá disfrutar do seu impecável show no próximo dia 15 de março, no Filmore Miami Beach at the Jackie Gleason Theater.

Do outro lado do telefone, com seu sotaque espanhol-andaluz, falando com carinho e me chamando pelo meu nome, Alborán me conta de sua vida, da música e de como conseguiu o sucesso.

O Pablo do Youtube x O Pablo #1

Em algum momento você acreditou que todo esse sucesso fosse chegar?

PA: Uau!!! Bem, é que não sei (risos), eu sempre estive rodeado de pessoas que têm cuidado muito de mim, no sentido de ter os “pés no chão”, então não pensei que todo esse sucesso fosse chegar. O que realmente essas pessoas me transmitiram foi muito trabalho, de fato trabalhamos muito, muito. E temos tratado isso com muito carinho, mas é bonito sentir que as pessoas confiavam que isso funcionaria e se deve continuar sempre com a mesma esperança, tem que ser positivo, tem que estar sempre querendo emocionar as pessoas e para mim esse é o maior sucesso, que as pessoas se emocionem contigo.

Qual é a diferença entre o Pablo que se sentava em sua casa, gravava suas canções e as colocava no Youtube ao Pablo famoso de hoje?

PA: Bom, eu acho que eu continuo sendo o mesmo, porque definitivamente tudo pode mudar da noite para o dia, assim como mudou para o bem pode mudar para o mal, então tem que continuar sendo o mesmo, tem que continuar tendo as coisas bem claras. Eu desde muito pequenininho tive as coisas muito claras, e logo tinha muita vontade de me dedicar a isso e com muita convicção e calma, continuo compondo da mesma maneira, com os mesmos costumes, minhas necessidades continuam sendo as mesmas que são muito simples, e isso não mudou. A vida mudou, mas eu não.

É imprescindível na hora de compor ter um bom estado de ânimo?

PA: Mais que estado de ânimo, eu gosto de compor à noite, de noite as coisas aparecem de outra maneira, e se vê as coisas de outra maneira, enquanto as pessoas dormem, e enquanto você olha pela janela e vê todo o silêncio e as ruas vazias é muito mais poético do que de dia, de dia estamos todos muito nervosos; e logicamente quando se está apaixonado ou quando se está feliz, se compõe de uma maneira diferente do que quando se está arrasado e sozinho, surgem canções distintas. É muito difícil que uma pessoa esteja feliz e que componha uma canção triste, porque não a escreveu estando mal, isso é assim.

O seu crescimento e recepção na América Latina foi incrível como artista e como músico. Qual é o segredo para chegar a tamanho sucesso? Amor desinteressado pela música, talvez?

PA: Uau!!! Sabe uma coisa, Katian... Eu sou um apaixonado pela música, eu definitivamente desde muito pequenininho me trancava no quarto, enquanto meus amigos estavam jogando futebol, entre outras brincadeiras, eu estava no quarto escutando música com o fone de ouvido do meu pai e, logo quando me entregaram em mãos um violão, quando comecei a estudar piano, fazia tudo como uma necessidade vital. Era como aqueles que gostam de futebol, de ciência ou de pintura, eu gostava de música desde muito pequeno, e continuo sentindo esse respeito absoluto pela música, pela arte, acredito que a arte é a coisa mais bela que o ser humano pôde criar, porque nos ajuda a viver. Para mim compor é uma terapia, poder contar algo ou o que se sente, ou poder contar a história de outros através de uma canção, e escutar música e sentir-se melhor ou pior, desabafar, para mim isso é pura magia, então eu acredito que o respeito absoluto que talvez as pessoas notam que eu tenho para com a música. O resto é uma combinação de muita sorte, de muito trabalho, de uma grande equipe e de honestidade, de ser muito honesto com a música.

Você é a trilha sonora de muitas histórias de amor e de desamor também. Como se sente em ter esta espécie de poder?

PA: Sim, há muitas histórias e sabe o que é mais belo? Ver que as canções tem um sentido diferente, por exemplo, talvez alguma canção a escrevi pensando em uma coisa e depois me chega uma fã que me diz que cantava essa canção a seu filho recém-nascido. Outra vez me chegou um senhor que me disse: “Sabia que com esta canção eu me casei, dancei no meu casamento”; inclusive até para funerais, sim é um pouco triste; também para aniversários, batizados; e logicamente histórias que leio nas redes sociais que te contam que é a trilha sonora de sua vida, ou que esta canção representa exatamente o momento que está vivendo agora. E, sabe, todas essas coisas são muito lindas, porque se compõe falando de si mesmo, ou contando histórias que nem sequer tem por que ser verdade, são histórias que você inventa como contos e do nada você vê que as pessoas vivem esses contos, ou os viveu, e chegam e me dizem “olha, isso eu vivi, você está contando a minha história”, isso é pura magia.

Você já chorou por seu sucesso ou por algum prêmio recebido?

PA: Muito, mais que por algum prêmio, apesar de que sim para mim é um prêmio, lembro do primeiro autógrafo de discos que fiz quanto tínhamos acabado de lançar o primeiro disco, que foi uma loucura. Foi tanto o “choque” de me encontrar com milhões de pessoas na rua que isso me paralizou, eu subi no palco e não pude mais que ficar de joelhos e comecei a chorar, porque não sabia o que fazer, era o primeiro autógrafo de discos na minha vida. Eu não sabia onde deveria me sentar, onde tinha que pegar uma caneta, onde tinha que autografar, e assim que subo, deparo-me com toda essa gente sorrindo, com essas pessoas com vontade de me ajudar, de me apoiar, com vontade de me acompanhar na música. Uau!! Automaticamente me ajoelhei e chorei (risos). A sessão de autógrafos seguintes foi três vezes maior, eu estava um pouquinho mais preparado, mas ainda assim, também é espetacular, é muito bonito. Nos shows, é muito difícil que um em um show não se emocione. Outra coisa é que me vejam chorar, eu evito que me vejam chorar, mas também não quero fazer humor (risos), mas emociona muito, você sabe o que é estar tocando piano e que um estádio inteiro cante contigo, o seu peito para, o seu coração para.

Algum vez você “tirou os pés do chão”, perdeu o rumo ou se sentiu tipo “Sou o melhor”?

PA: (Faz uma larga pausa) Eu acredito que não, o único momento em que você “tira o pé do chão”, se eleva, porque inevitavelmente você se “eleva” nos shows, mas não é uma questão de ego ou de prepotência ou de se sentir superior. É uma questão de que o público te eleva, te faz ir até a lua e voltar, é como se jogassem uma torta na sua cabeça, é como se arremesassem sua alma e eu não sei se isso é elevar-se, se sentir “uma estrela”, mas desde então te faz sentir em outro planeta por um minuto, mas você sempre volta (risos)... Se em algum momento eu perdi o rumo? Eu acredito que não, além do mais as pessoas que me conhecem sabem que continuo sendo o mesmo.

Você já colaborou com grandes artistas, algum deles faz parte de algum sonho realizado?

PA: Sim, claro, Miguel Bosé, isso foi espetacular. Lembro que há muitos anos fui a um show seu com minha irmã, e minha irmã que é um pouco “bruxa” me disse “Você vai acabar cantando com ele” e eu a olhava de cima a baixo e dizia, "irmãzinha, você está louca", e 3 anos depois o Miguel me chama e me diz pra cantarmos juntos em seu disco e isso foi espetacular. Além do mais, era uma canção do Alejandro Sanz “Puede que”, e a verdade é que foi muito bonito, e a partir daí me convidou umas 4 ou 5 vezes, e eu a ele, logo cantou comigo, e eu contei a história da minha irmã e ele não podia acreditar, e dizia “as casualidades da vida são estupendas”. Com Alejandro Sanz, também foi muito especial cantar com ele, sim, na verdade tenho muitos sonhos realizados.

Atravessando o Atlântico

É sua primeira vez em Miami, o que você traz nesse show?

PA: Para mim vai ser muito especial, primeiro vou com toda minha banda, será um show muito bonito, um show muito caloroso, onde haverá uma parte acústica, outra elétrica, uma parte mais próxima com o público, mais romântica, e depois terá uma parte de muito ritmo logicamente. Nos shows é sempre uma festa, nos finais dos shows sempre tem sido uma grande festa, as pessoas dançam, cantam, e depois muita emoção, eu prezo sempre por encontrar a melhor maneira de me comunicar com o público, que é através da emoção, e de Miami recebo constantemente mensagens, vem gente de muitos lugares dos EUA para ir ao show. Será especial, os fãs dos EUA estão enviando mensagens através do Twitter e do Facebook e me surpreende e me emociona muito.

Justamente, nesses dias coloquei no twitter que teríamos uma entrevista com você e se queriam dizer algo em especial, e uma menina em específico me escreveu dizendo que “viria do Arizona até Miami e que não importava gastar o que fosse e o medo de voar para ir vê-lo, porque sabia que no Arizona você não iria”. Você se emociona com isso?

PA: É muito emocionante, porque logo você se dá conta de que as pessoas a milhões de quilômetros da sua casa estão te apoiando e estão te escutando, e acreditam em você e querem te acompanhar e isso é o melhor prêmio, desde sempre.

Alguma surpresa especial para este show?

PA: Bom, surpresas sempre há nos shows, mas será uma apresentação repassando os três repertórios, e em geral será especial, porque vai surpreender o fato de ter muitos ritmos, baladas, é um show muito dinâmico.

Algum convidado?

PA: A princípio não, até agora não, mas nunca se sabe, porque falta um mês ainda, então estamos planejando.

15 de março em Miami

É a primeira vez que Alborán se apresenta em Miami. Além de estar muito feliz por este crescimento internacional, Pablo assegura que "é um prazer estar em Miami enfim, vai ser muito bonito me encontrar com um público que um ou outro eu já conheço, porque nos vimos em outras cidades, mas um público novo que aposta em mim, que para mim será muito emocionante"

​Agradecemos as colaborações especiais da Renata e da Naty, ambas do fã-clube Pablo Alborán Brasil.

 
 
 

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